segunda-feira, 22 de novembro de 2010



E eu não sei porque continuo a tentar fazer o papel de mocinha  nesta história. Somos todos vilões, todos bandidos. Somos a personificação do "bad guy". Por isso, de nada adianta procurar culpados se, justamente nessa hora, nunca olhamos o próprio umbigo! Somos nós o nosso próprio algóz. O mundo continua a ser o que é: o mundo! Mas nós teríamos muito mais chances se entendéssemos que não somos as vítimas. O mundo é a vítima. Nós somos tão somente sujos e poluídos quanto o mal que nos aflige. Somos todos errados. O certo não mais existe. E se hoje estás assim, é porque cavaste fundo a tua sepultura. Aceite isso! E o que eu quis dizer com tudo isso? Pare de culpar o mundo, encontre seus erros e conserte-os você mesmo. Se é que um dia seremos capazes de assumir culpa, de coração, por tudo o que nos acontece.


Foto: Leighton Meester

E eu insisto em ser menina


     Um dia me disseram que eu seria mulher.. Tive tanto medo de que esse dia chegasse que fui me cercando de todos os cuidados para que nunca chegasse de fato. E, assim, me fiz criança, me fiz menina, me fiz cor de rosa, misturei com azul e criei um clima pastel de quarto infantil.
      E eu brinquei de bonecas, mesmo quando tive o primeiro amor. Não que eu tivesse consciência de que era o meu primeiro amor. Mas aprendi que o primeiro amor não é amor, é quando você descobre como é bom gostar de alguém. Mas eu gostava mesmo era das minhas bonecas.
      E não, eu não era nem um pouco madura, mas usava saltos, vestidos, e usava minhas perninhas para rebolar por aí. Namorado? Não, isso seria crescer, e crescer assustava. Eu tinha mesmo era uns paquerinhas que mais pareciam trechos dos discursos de Platão. E tudo deveria ser assim mesmo.
      Sendo o mais sincera que posso, nada me impediu de amadurecer e a vida me pegou na infância mesmo. Deu-me uma rasteira por cima da outra. Eu fui testada como poucos adultos. Mas insistia em ser uma menina.
     Na verdade, eu sobrevivi a tudo, como poucos adultos podem dizer que sobreviveram, e eu ainda era menina, e tudo ao meu redor tentava gritar isso, eu tentava gritar isso o tempo inteiro e repetia para mim mesma como um mantra em eco. Mas eu não era mais menina, mas insistia em ser uma menina.
      E vieram novas pessoas, veio o amor, veio a dor, vieram as boas amizades, as más também, mas que bom que as boas ficaram, o mau amor foi com a dor, mas deixou maturidade para escolher o bom amor. A maturidade também ajudou a recuperar os bons amigos que o processo de cura me fez perder. Eu perdi muito de mim, mas ganhei muito mais. Mas eu insisto em ser uma menina.
     E não, não mais aquela menina que tem medo de virar mulher, mas uma menina diferente. Uma menina que cresceu e sabe que isso vai acontecer um dia, mas que não tem mais medo. Uma menina que é feliz, que soube sofrer e soube aprender. Uma menina que tem os melhores amigos, o amor mais amor e que sabe que, tudo o mais que vier, vai vir pro bem, vai trazer o melhor e que, se não for, vai ser apenas fase, para um dia se transformar em uma grande mulher. Porque as grandes mulheres passam por grandes provações e são justamente essas as pessoas mais felizes.
     Um dia me disseram que eu seria uma mulher.. E só hoje vejo como fui boba em ter medo. Não sei se já posso achar que sou uma mulher de verdade, mas uma coisa eu aprendi: Nunca vou deixar de ser uma menina cheia de brilho no olhar. E sim, eu insisto!!


 

"O amor não se tem na hora que se quer, ele vem no olhar
Sabe ser o melhor na vida e pede bis quando faz alguém feliz ."

>  Romeu e Julieta - Los Hermanos  <




Foto: Christina Aguilera


Numa moldura clara e simples  
sou aquilo que se vê.

>  Retrato Pra Iaiá - Los Hermanos  <

domingo, 21 de novembro de 2010

] Sem Título [

     Felicidade que nao tem tamanho, nao tem nome, nem endereco. Pula "De mim pra voce, pra mim.." E por ai vai.. Feliz como só a genuina felicidade sabe ser.
     Eu comecei a fazer esse texto certa vez, depois de um desses dias em que você pára e pensa: Cara, como eu sou feliz! E vou parar essa rasgação de seda porque ela só pode chegar num lugar: Minha cara de babaca e no meu amor! 
     Lógico que seria assim, como mais seria? Esse texto foi começado em um fim de semana desses que foi tão perfeito que você fica intensamente cansada e só faz uma frase pra lembrar de completar depois de como tudo na sua vida pode ficar mais leve depois de um bom fim de semana.
     E vai ter muita gente que vai acabar aqui, não vai continuar a ler porque felicidade não atrai leitores. O que atrai mesmo é a tristeza. 
      Mas aqui estou eu, tentando falar da minha felicidade de hoje e não lembrar nunca mais de como já fui triste, porque parece que foi outra vida. E eu queria mesmo que você entendesse isso meu amor: você me deu mais do que toda a sua atenção, cuidados e sorrisos. Mais do que planos e sonhos. Mais do que vontade de voar, ops, viver voando de verdade. Mais até mesmo do que a sua vida. Você me deu a minha vida e a sensação de que ela é minha de verdade pra poder fazê-la nossa.
     E, para aqueles que estão achando o meu texto açucarado demais, desculpem, mas eu fui amarga tempo demais, provando que todos nós temos jeito! Então, essa parte é pra você, que me lê e está tristinho: Saia desse armário, coloque a roupa que você mais gosta, aquela que lhe lembra você de verdade, e saia com o seu melhor sorriso! A semana já vai começar, daí a pouco as férias, o verãããããão!! Acorde criatura e tire a si mesmo da mesmice, ninguém pode fazer isso por você! Muito menos eu tagarelando aqui. No entanto..
     A vida está chegando e não vai te esperar criar coragem. Eu já fiz todos os meus planos e estou tentando me acostumar que pode ser que eles provavelmente não darão certo, e tudo será como a vida quiser.. Mas, mesmo assim, eu fiz os meus planos mas.. E você?