sexta-feira, 10 de julho de 2015

Dessa eu fiz um mantra

Unapologetic Bitch - Madonna

Woke up this morning feeling good that you were gone 

Hurt for a while, but I'm finally moving on 

See you tried to call me, but I blocked you on my phone 

 It took a minute, but right now I'm feeling strong 
It almost killed me, but I'm better off alone 
Now you say it that you're sorry
I don't wanna know 

Better face the fact you had to go


You know you never really knew 

How much you loved me 'til you lost me Did you? 
You know you never really knew How much your selfish bullshit cost me 

I know you'd like it if 

I stayed home and cried But that ain't gonna happen

When the gun was loaded you were never on my side 


Tell me how it feels to be ignored?



Um momento (o ciclo)

Um momento 
Qualquer lugar, um arrependimento 
Qualquer horário, um lento desalento 
O mesmo olhar, o mesmo envolvimento 
E tudo volta a acontecer

Bruna Caram

Um momento (o fim, inevitável)


Um lamento 
Mesmo lugar, o mesmo apartamento O mesmo horário e um lento desalento 
Um certo olhar e mais um sofrimento E tudo veio esmorecer 
Bem antes de tudo emudecer 
Um pouco antes de você descer Naquele instante em que acordei pra crer 
Que sua vida é só você! 

Bruna Caram

Um momento (o começo)

Qualquer horário, um pressentimento 
Um certo olhar, um certo envolvimento 
E tudo veio acontecer 
Um sorriso 
Qualquer lugar, inferno ou paraíso 
Qualquer horário e eu só penso nisso 
Um certo olhar e eu piso movediço 
Eu tudo pude antever 
Bem antes de te conhecer 
Bem antes de você nascer 
Nos versos em que escrevi, prevendo, 
O grande amor que esperei vivendo 
Bem antes de tudo acontecer 
Um pouco antes desse amanhecer 
Naquele instante em que acordei pra ver 
Que eu quero a vida com você

Bruna Caram

quarta-feira, 8 de julho de 2015

É sempre assim

É sempre assim 
me deixa louco e de repente vai embora 
faz o que quer com a minha vida e joga fora 
como se o tempo fosse um lenço de papel. 

Me faz sofrer sofre também porque o amor é uma loucura 
por mais que tente essa saudade não tem cura 
e um grande amor nem todo dia cai do céu. 

É sempre assim 
você não deixa o nosso amor viver em paz 
se eu tanto fiz você diz que tanto faz
o mundo ensina e você não quer aprender. 

pode falar me machucar me empurrar dessa ladeira 
meu coração não tem medida e nem porteira 
mas sempre soube te guardar dentro de mim. 

Pode gritar pra todo mundo que você me esqueceu 
pode pisar meu coração que é só teu 
que eu vou morrer dizendo amor é sempre assim.

Flávio José

"É isto, amor: o ganho não previsto,
O prêmio subterrâneo e coruscante,
Leitura de relâmpago cifrado,
Que, decifrado, nada mais existe."

Carlos Drummond de Andrade


Porque você percebe que tinha justamente quando perdeu.. É felicidade misturada com saudade, vontade de voltar no tempo. O amor e a certeza não se encontram, não no presente. Só se sabe amado no passado, tamanha a profundidade da interpretação do amor. Te acordar pra perguntar se você quer comer, só por lembrar de você. Te dar tanto cheiro que parece que o seu rosto vai criar limo. Aquela travada receosa antes de pegar a sua mão. Aquele olhar que cabe dentro do sorriso e gera a mistura dos dois.. Ah, são tantas coisas.. E só agora, que vi que era amor, não está mais aqui..

Escolha

    Resolvi falar. O amor dói. Não sei como procuramos algo, sonhamos tão avidamente com algo que, na melhor das hipóteses, nos manda ao céu para depois nos enviar ao mais profundo inferno. Soa pessimista? Deve ser mesmo.
    Amar alguém com cada fibra do seu ser, cada poro do seu corpo é algo muito intenso. Se é feliz com essa pessoa, se vive a felicidade dessa pessoa, fazê-la feliz lhe dá razões pra ser feliz também. Não, ela não é a razão da sua vida, mas certamente é a pessoa que melhor "colore" o seu caderninho de pintura. Amar alguém não é precisar dessa pessoa pra respirar, mas amá-la e viver esse amor lhe permite respirar sem nem mesmo sentir o esforço que existe em puxar o ar, é aquele lindo e conhecido suspirar.
    Sabe quando tudo está no seu lugar? É quando você olha pra essa pessoa e sente que tudo está bem. E não, você não vive por ela, não vive pra ela e, menos ainda, precisa dela pra sobreviver. Sobreviver implica em se alimentar bem, dormir bem, e trabalhar pra poder comer bem e dormir bem. E, sério, você também não precisa dela pra viver. Pra viver, você precisa de amigos, de bons programas, bons filmes e viagens. Tudo isso é perfeitamente organizável, viver é perfeitamente possível sem o ser amado, sem amar.
    E você pode viver, conhecer o mundo, trabalhar e fazer bem ao mundo. Você pode olhar pra si mesmo e dizer: Sou completamente independente financeiramente, tenho tudo o que preciso pra viver, desde um trocado pra sair na sexta a bons amigos. Você pode rir até a barriga doer com seus amigos e aprontar coisas com eles como moleques que tocam a campainha e correm. Ou mesmo, de forma mais madura, sentar com um, ou com alguns, uma tarde inteira e falar sobre qualquer coisa, porque o melhor de ter um bom amigo é poder ser você mesmo.
    E nós podemos ter muitos amigos, milhares deles embaixo do braço, na agenda do celular, na lista do whatsapp e presos, bem zelados, no coração. Você pode fazer todas as coisas do mundo com eles e pode viver tudo o que você quiser com eles e dizer pra si mesmo: eu sou feliz. Mas, quer saber? Vai faltar uma coisa.
    Ah, o amor, esse bandido que nos rouba de nós. Nos inebria e tira os reflexos. Nos deixa lentos, bobos. Dizem por aí que o amor é uma doença, que é assim que o nosso corpo o interpreta. Mas, será que nós queremos algo que nos deixa doentes? Não conheço ninguém querendo contrair Dengue, mas contrair amor, ah, em toda esquina se encontra, aos montes. Os felizes apaixonados e os tristes, divididos entre mal-amados e sem amor.
    Estava eu na rodoviária (minha casa), comprando passagem pra um lugar que eu não queria ir. Tinha duas mulheres comprando passagem comigo. Uma delas olhou pra mim e disse: parece que você não está feliz em fazer essa viagem. Eu expliquei as circunstâncias e, ao mesmo tempo, comecei a analisar o meu rosto. Eu realmente estava muito triste..
    E o que isso tem a ver? Ah, muito! Nessas viagens eu trabalho, ajudo pessoas, vejo alguns amigos, me divirto nas horas vagas (não são muitas), conheço pessoas (muitas delas bem interessantes como amigos, outras candidatas a ser algo mais) e lugares também. Vivo novas experiências e descubro meios de agredir menos a minha coluna em tanta estrada.
    E você pode estar se perguntando: O que diabos isso tem a ver com a conversa? Eu falo de amor, de amizade e da vida. Ah, e de felicidade! E essa impressão da mulher diz muito sobre mim e um bocado sobre essa busca da gente por amor.
    Por onde vamos vivemos. Vamos onde precisamos ir, fazemos o que precisamos fazer e, quando dá, fazemos o que queremos. Você trabalha, come, dorme, conversa e faz tantas outras coisas a semana inteira. As redes sociais, quando chega a sexta feira, são apenas uma voz e ela diz: agora eu aproveito!
    Você não aproveita durante a semana? Claro que sim, você faz muitas coisas e (a menos que seu trabalho seja terrível, você não tenha amigos nas obrigações e que você esteja passando por muitos problemas profissionais) você se diverte no meio das suas atividades. Eu odeio a cidade que viajo pra trabalhar? Não, lá é até bom. Não gosto mesmo é de ficar longe de casa. Quando? Na sexta feira!
   Alguém decidiu que a vida de fato começa na sexta. E nos programou pra aguentar tudo até lá. Daí, quando chega, a gente se esbalda! E eu, claro, fugindo do assunto! O que o amor tem com isso? O que a felicidade tem com isso? Oras, tudo!
    A sua sexta feira é você quem faz, certo? Então, você passa de fazer o que precisa, pra fazer o que mais deseja. E costuma ser o melhor possível para aquele momento. Comer, sair, viajar, tudo cumpre a necessidade. Mas, bom mesmo? É fazer tudo isso com a pessoa que você ama. Juntar os amigos e o amor e ganhar o mundo. Ou ficar em casa com o amor. Porque, quando você ama, as coisas tomam outra forma. Daí vou voltar a falar do amor, esse bandido que roubou minha caixa de giz de cera e não quer me devolver.
     Os amigos e os programas de solteiro lhe fazem feliz. Pelo menos até que você perceba que o cupido te deu uma flechada. Aí danou-se de verdade!! Ele leva as cores intensas das coisas entende? Não? Nem eu. Você não morre porque ama, nem porque não é amado. Esse aí quase mata, na verdade. Mas você pode fazer muitas coisas sem o ser amado e se divertir sem ele. Se ele não te quer, a vida não acaba, nem de longe. Ela te ameaça acabar pra você acordar e ir levar esse seu traseiro lindo pra passear. Pra você lembrar que tem muita coisa pra sorrir. Por isso que o amor é ruim: muitas vezes ele tira de você a sensação de autossuficiência.
    Muito pior que isso, é quando a pessoa amada tem a sensação de que você precisa dela pra ser feliz. Que coisa mais peba heim? Uma pessoa amplamente e profundamente amada, e consciente disso, costuma carregar a profunda ilusão de que determina os dias e noites da pessoa que a ama. Entenda: ninguém é a vida de ninguém além de si mesmo. Todas as feridas fecham, todas as dores passam e, acredite, se você não amar mais alguém, ele não vai morrer. Ele pode até sentir que vai, mas não vai. E, depois de um tempo, ele descobre isso.
    O amor da sua vida, ou o do mês, se for o seu caso, não lhe dá a vida, ele embeleza as coisas. Esse negócio de estar preso a alguém é uma falácia, bobagem! O amor lhe liberta, ele lhe permite ver as coisas mais simples de outra forma. Tudo que você fizer que gosta na vida, tudo mesmo, vai ter um gosto diferente quando você fizer com a pessoa que você ama. Desde um cuscuz a assistir tv. A coisa mais sagrada do mundo é a sensação de rir até a barriga doer do lado da pessoa que você ama. Não vou ficar falando de cada coisa que é diferente, que sei que vocês sabem.
    O que quero falar, mesmo, é que o amor é uma droga, ele te deixa viciado em outra pessoa, você quer que ela entre na sua vida e você quer penetrar cada vez mais profundo, na vida dela e nela própria. Sabe entrar numa pessoa? Adentrar cada espaço dentro dela e fazer dele uma parte de você? Pronto, isso! O amor faz você ver que tudo com a pessoa é especial. Você quer assistir com ela, cozinhar pra ela, pentear o cabelo, fazer cafuné e massagens, brincar com o corpo dela e fazer dela a pessoa mais feliz do mundo.
    Mas, e se ela não quiser? Paciência. Você encontra outras coisas, depois de achar que vai morrer, claro! Porque, acima de tudo, amor é escolha. Você pode ter absolutamente tudo nesse mundo mas, quando ama, você quer mesmo é ter um mundo com essa pessoa. E você terá suas coisas sem ela, muitas coisas dependendo da sua hiperatividade. Haverá momentos que você não vai querer estar com ela de jeito nenhum, e momentos onde quase será um irmão siamês dela. Você fará todas as coisas que você quer e ainda tentará fazer todas as coisas que ela quiser e sofrerá buscando um equilíbrio entre elas. Você vai sofrer a cada briga, vai emagrecer e perder a vontade de comer pensando que a perdeu (seja guloso como for), você vai ver a vida em preto e branco muitas vezes, no meio das brigas (e vai ver a cor depois de um tempo, voltando ou não). Você vai beber, postar fotos incessantemente, vai sofrer e chorar cada vez que achar que acabou e vai perder os sonhos e fazer novos, muitos outros, construídos do nada, muitas vezes, sonhos construídos em cima de sonhos. Você vai ver o céu e o inferno muitas vezes, porque amar alguém dói, não ser entendido por quem se ama então, lacera!!
    Mas, você quer saber por que a gente sempre volta e procura o amor? Porque é aquela pessoa que acaba com o seu dia que tem a melhor chance de deixar ele melhor do que qualquer coisa nessa vida. Porque a vida é boa mas, com aquela pessoa ela pode ser maravilhosa. E você vai ver maravilhas até mesmo em tomar sorvete na cama assistindo filmes. Mas, como todo pacote, as coisas ruins vem junto. Então, se você acha mesmo que não vale a pena, deixe. Se tudo o que você tem na sua vida sozinho tem mais brilho do que com a pessoa, deixe. Mas, se você quer viver algo, se a paz só é paz do lado daquela pessoa, então lute. Porque, sofrendo ou não, sendo feliz ou não, o amor nada mais é do que escolha e, essa, ninguém mais pode fazer por você.

Continue se enganando, 
Continue enganando-a. 
Me leva na pele e 
vai sentir minha falta.

RBD

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Você sabe o que é ter um amor, meu senhor Ter loucura por uma mulher 
E depois encontrar esse amor meu senhor 
Nos braços de um tipo um qualquer 
Você sabe o que é ter um amor, meu senhor 
E por ele quase morrer 
E depois encontra-los braços 
Que nem um pedaço do meu pode ser

Lupicínio Rodrigues

quarta-feira, 17 de junho de 2015

The best damn thing - Avril Lavigne

Where are the hopes?
Where are the dreams?
My Cinderella story scene
When do you think they'll finally see

That you're not not not...
Gonna get any better
You won't won't won't
You won't get rid of me never

Like it or not
Even know
She's a lot like me
We're not the same

And yeah yeah yeah
I'm a lot to handle
You don't know trouble
But I'm a hell of a scandal

Me, I'm a scene
I'm a drama queen
I'm the best damn thing
That your eyes have ever seen

Ainda uma vez, adeus..

I


Enfim te vejo! – enfim posso,
Curvado a teus pés, dizer-te,
Que não cessei de querer-te,
Pesar de quanto sofri.
Muito penei! Cruas ânsias,
Dos teus olhos afastado,
Houveram-me acabrunhado,
A não lembrar-me de ti
II
Dum mundo a outro impelido,
Derramei os meus lamentos
Nas surdas asas dos ventos,
Do mar na crespa cerviz!
Baldão,ludibrio da sorte
Em terra estranha,entre gente,
Que alheios males não sente,
Nem se condói do infeliz!
III
Louco, aflito, a saciar-me
D’gravar minha ferida,
Tomou-me tédio da vida,
Passos da morte senti;
Mas quase no passo extremo,
No último arcar da esp’rança,
Tu me vieste à lembrança:
Quis viver mais e vivi!
IV
Vivi; pois Deus me guardava
Para este logar e hora!
Depois de tanto,senhora,
Ver-te e falar-te outra vez;
Rever-me em teu rosto amigo,
Pensar em quanto hei perdido,
E este pranto dolorido
Deixar correr a teus pés.
V
Mas que tens? Não me conheces?
De mim afastas teu rosto?
Pois tanto pode o desgosto
Transformar o rosto meu?
Sei a aflição quanto pode,
Sei quanto ela desfigura
E eu não vivi na ventura…
Olha-me bem que sou eu!
VI
Nenhuma voz me diriges!…
Julgas-te acaso ofendida?
Deste-me amor, e a vida
Que ma darias- bem sei;
Mas lembram-te aqueles feros
Corações, que se meteram
Entre nós; e se venceram,
Mas sabes quanto lutei
VII
Oh! se lutei!… mas devera
Expor-te em pública praça,
Como um alvo à populaça,
Um alvo aos dictérios seus!
Devera, podia acaso
Tal sacrifício aceitar-te
Para no cabo pagar-te,
Meus dias unindo aos teus?
VIII
Devera,sim; mas pensava,
Que de mim t’esquecerias,
Que,sem mim,alegres dias
T’esperavam;e em favor
De minhas preces, contava
Que o bom Deus me aceitaria
O meu quinhão de alegria
Pelo teu quinhão de dor
IX
Que me enganei,ora o vejo
Nadam-te os olhos em pranto,
Arfa-te o peito, e no entanto
Nem me podes encarar;
Erro foi, mas não foi crime,
Não te esqueci,eu to juro:
Sacrifiquei meu futuro
Vida e glória por te amar!
X
Tudo,tudo; e na miséria
Dum martírio prolongado,
Lento,cruel,disfarçado,
Que eu nem a ti confiei;
” Ela é feliz (me dizia)
Seu descanso é obra minha. “
Negou-me a sorte mesquinha…
Perdoa, que me enganei!
XI
Tantos encantos me tinham,
Tanta ilusão me afagava
De noite, quando acordava,
De dia em sonhos talvez!
Tudo isso agora onde pára?
Onde a ilusão dos meus sonhos?
Tantos projetos risonhos,
Tudo esse engano desfez!
XII
Enganei-me!… Horrendo caos
Nessas palavras se encerra,
Quando do engano,quem erra,
Não pode voltar atrás!
Amarga irrisão! reflete:
Quando eu gozar-te pudera,
Mártir quis ser, cuidei qu’era…
E um louco fui,nada mais!
XIII
Louco,julguei adornar-me
Com palmas d’alta virtude!
Que tinha eu bronco e rude
Co’o que se chama ideal?
O meu eras tu, não outro;
‘Stava em deixar minha vida
Correr por ti conduzida,
Pura, na ausência do mal
XIV
Pensar eu que o teu destino
Ligado ao meu,outro fora,
Pensar que te vejo agora,
Por culpa minha,infeliz;
Pensar que atua ventura
Deus ab eterno a fizera,
No meu caminho a pusera…
E eu, eu fui que não a quis!
XV
És doutro agora, e p’ra sempre!
Eu a mísero desterro
Volto, chorando o meu erro,
Quase descrendo dos céus!
Dói-te de mim,pois me encontras
Em tanta miséria posto,
Que a expressão deste desgosto
Será um crime ante Deus!
XVI
Dói-te de mim, que t’ imploro
Perdão a teus pés curvado
Perdão!… de não ter ousado
Viver contente e feliz!
Perdão da minha miséria,
Da dor que me rala o peito
E se do mal que te hei feito,
Também do mal que me fiz!
XVII
Adeus,qu’eu parto,senhora;
Negou-me o fado inimigo
Passar a vida contigo,
Ter sepultura entre os meus;
Negou-me nesta hora extrema,
Por extrema despedida
Ouvir-te a voz comovida
Soluçar um breve adeus!
XVIII
Lerás porém algum dia
Meus versos, d’alma arrancados
D’amargo pranto banhados,
Com sangue escritos;-e então
Confio que te comovas,
Que a minha dor te apiade,
Que chores,não de saudade,
Nem de amor,- de compaixão

Sobre o silêncio

Eu falo pelos cotovelos, incessantemente. Muitas vezes porque falar me relaxa, tira pesos desagradáveis das costas e nós da garganta. Preencho com palavras triviais o incômodo vazio das que importam.. 

Ando sentindo um caroço de manga na minha garganta, mesmo que não saia, falar faz mexer, então muda alguma coisa.
Ao menos isso era o que eu acreditava. No entanto, esse mexe mexe, esse revirar das coisas não estava fazendo bem. Às vezes as palavras fazem eco, as vezes, na ânsia de mudar, dizer qualquer coisa produz o efeito contrário. É como se o caroço batesse onde não deve e machucasse e, com mais palavras fora de lugar, fosse inflamando ainda mais algo que não é de fácil resolução e que as palavras vem cada vez mais machucando.
Por isso calei. Com todas as palavras do mundo no estômago, querendo desesperadamente sair, eu me calei. Por ver que a diferença que existe entre o falar e o não falar é a dor da resposta. Quando calo não há resposta. Quando calo dói menos, mesmo que calada também não passe.
Mas eu insisto em falar, porque não sei ser diferente. Então que pelo menos seja um texto que fale sobre a razão de calar. Daí fico escrevendo a esmo, falando de como dói falar e não consertar nada, de como ficar calada tem sido melhor.. Se tanto faz estar ou não, falar ou não. Se tanto fez tudo que eu já disse, a mim só resta nada mais dizer.