quinta-feira, 18 de junho de 2015

Você sabe o que é ter um amor, meu senhor Ter loucura por uma mulher 
E depois encontrar esse amor meu senhor 
Nos braços de um tipo um qualquer 
Você sabe o que é ter um amor, meu senhor 
E por ele quase morrer 
E depois encontra-los braços 
Que nem um pedaço do meu pode ser

Lupicínio Rodrigues

quarta-feira, 17 de junho de 2015

The best damn thing - Avril Lavigne

Where are the hopes?
Where are the dreams?
My Cinderella story scene
When do you think they'll finally see

That you're not not not...
Gonna get any better
You won't won't won't
You won't get rid of me never

Like it or not
Even know
She's a lot like me
We're not the same

And yeah yeah yeah
I'm a lot to handle
You don't know trouble
But I'm a hell of a scandal

Me, I'm a scene
I'm a drama queen
I'm the best damn thing
That your eyes have ever seen

Ainda uma vez, adeus..

I


Enfim te vejo! – enfim posso,
Curvado a teus pés, dizer-te,
Que não cessei de querer-te,
Pesar de quanto sofri.
Muito penei! Cruas ânsias,
Dos teus olhos afastado,
Houveram-me acabrunhado,
A não lembrar-me de ti
II
Dum mundo a outro impelido,
Derramei os meus lamentos
Nas surdas asas dos ventos,
Do mar na crespa cerviz!
Baldão,ludibrio da sorte
Em terra estranha,entre gente,
Que alheios males não sente,
Nem se condói do infeliz!
III
Louco, aflito, a saciar-me
D’gravar minha ferida,
Tomou-me tédio da vida,
Passos da morte senti;
Mas quase no passo extremo,
No último arcar da esp’rança,
Tu me vieste à lembrança:
Quis viver mais e vivi!
IV
Vivi; pois Deus me guardava
Para este logar e hora!
Depois de tanto,senhora,
Ver-te e falar-te outra vez;
Rever-me em teu rosto amigo,
Pensar em quanto hei perdido,
E este pranto dolorido
Deixar correr a teus pés.
V
Mas que tens? Não me conheces?
De mim afastas teu rosto?
Pois tanto pode o desgosto
Transformar o rosto meu?
Sei a aflição quanto pode,
Sei quanto ela desfigura
E eu não vivi na ventura…
Olha-me bem que sou eu!
VI
Nenhuma voz me diriges!…
Julgas-te acaso ofendida?
Deste-me amor, e a vida
Que ma darias- bem sei;
Mas lembram-te aqueles feros
Corações, que se meteram
Entre nós; e se venceram,
Mas sabes quanto lutei
VII
Oh! se lutei!… mas devera
Expor-te em pública praça,
Como um alvo à populaça,
Um alvo aos dictérios seus!
Devera, podia acaso
Tal sacrifício aceitar-te
Para no cabo pagar-te,
Meus dias unindo aos teus?
VIII
Devera,sim; mas pensava,
Que de mim t’esquecerias,
Que,sem mim,alegres dias
T’esperavam;e em favor
De minhas preces, contava
Que o bom Deus me aceitaria
O meu quinhão de alegria
Pelo teu quinhão de dor
IX
Que me enganei,ora o vejo
Nadam-te os olhos em pranto,
Arfa-te o peito, e no entanto
Nem me podes encarar;
Erro foi, mas não foi crime,
Não te esqueci,eu to juro:
Sacrifiquei meu futuro
Vida e glória por te amar!
X
Tudo,tudo; e na miséria
Dum martírio prolongado,
Lento,cruel,disfarçado,
Que eu nem a ti confiei;
” Ela é feliz (me dizia)
Seu descanso é obra minha. “
Negou-me a sorte mesquinha…
Perdoa, que me enganei!
XI
Tantos encantos me tinham,
Tanta ilusão me afagava
De noite, quando acordava,
De dia em sonhos talvez!
Tudo isso agora onde pára?
Onde a ilusão dos meus sonhos?
Tantos projetos risonhos,
Tudo esse engano desfez!
XII
Enganei-me!… Horrendo caos
Nessas palavras se encerra,
Quando do engano,quem erra,
Não pode voltar atrás!
Amarga irrisão! reflete:
Quando eu gozar-te pudera,
Mártir quis ser, cuidei qu’era…
E um louco fui,nada mais!
XIII
Louco,julguei adornar-me
Com palmas d’alta virtude!
Que tinha eu bronco e rude
Co’o que se chama ideal?
O meu eras tu, não outro;
‘Stava em deixar minha vida
Correr por ti conduzida,
Pura, na ausência do mal
XIV
Pensar eu que o teu destino
Ligado ao meu,outro fora,
Pensar que te vejo agora,
Por culpa minha,infeliz;
Pensar que atua ventura
Deus ab eterno a fizera,
No meu caminho a pusera…
E eu, eu fui que não a quis!
XV
És doutro agora, e p’ra sempre!
Eu a mísero desterro
Volto, chorando o meu erro,
Quase descrendo dos céus!
Dói-te de mim,pois me encontras
Em tanta miséria posto,
Que a expressão deste desgosto
Será um crime ante Deus!
XVI
Dói-te de mim, que t’ imploro
Perdão a teus pés curvado
Perdão!… de não ter ousado
Viver contente e feliz!
Perdão da minha miséria,
Da dor que me rala o peito
E se do mal que te hei feito,
Também do mal que me fiz!
XVII
Adeus,qu’eu parto,senhora;
Negou-me o fado inimigo
Passar a vida contigo,
Ter sepultura entre os meus;
Negou-me nesta hora extrema,
Por extrema despedida
Ouvir-te a voz comovida
Soluçar um breve adeus!
XVIII
Lerás porém algum dia
Meus versos, d’alma arrancados
D’amargo pranto banhados,
Com sangue escritos;-e então
Confio que te comovas,
Que a minha dor te apiade,
Que chores,não de saudade,
Nem de amor,- de compaixão

Sobre o silêncio

Eu falo pelos cotovelos, incessantemente. Muitas vezes porque falar me relaxa, tira pesos desagradáveis das costas e nós da garganta. Preencho com palavras triviais o incômodo vazio das que importam.. 

Ando sentindo um caroço de manga na minha garganta, mesmo que não saia, falar faz mexer, então muda alguma coisa.
Ao menos isso era o que eu acreditava. No entanto, esse mexe mexe, esse revirar das coisas não estava fazendo bem. Às vezes as palavras fazem eco, as vezes, na ânsia de mudar, dizer qualquer coisa produz o efeito contrário. É como se o caroço batesse onde não deve e machucasse e, com mais palavras fora de lugar, fosse inflamando ainda mais algo que não é de fácil resolução e que as palavras vem cada vez mais machucando.
Por isso calei. Com todas as palavras do mundo no estômago, querendo desesperadamente sair, eu me calei. Por ver que a diferença que existe entre o falar e o não falar é a dor da resposta. Quando calo não há resposta. Quando calo dói menos, mesmo que calada também não passe.
Mas eu insisto em falar, porque não sei ser diferente. Então que pelo menos seja um texto que fale sobre a razão de calar. Daí fico escrevendo a esmo, falando de como dói falar e não consertar nada, de como ficar calada tem sido melhor.. Se tanto faz estar ou não, falar ou não. Se tanto fez tudo que eu já disse, a mim só resta nada mais dizer.