Eu falo pelos cotovelos, incessantemente. Muitas vezes porque falar me relaxa, tira pesos desagradáveis das costas e nós da garganta. Preencho com palavras triviais o incômodo vazio das que importam..
Ando sentindo um caroço de manga na minha garganta, mesmo que não saia, falar faz mexer, então muda alguma coisa.
Ao menos isso era o que eu acreditava. No entanto, esse mexe mexe, esse revirar das coisas não estava fazendo bem. Às vezes as palavras fazem eco, as vezes, na ânsia de mudar, dizer qualquer coisa produz o efeito contrário. É como se o caroço batesse onde não deve e machucasse e, com mais palavras fora de lugar, fosse inflamando ainda mais algo que não é de fácil resolução e que as palavras vem cada vez mais machucando.
Por isso calei. Com todas as palavras do mundo no estômago, querendo desesperadamente sair, eu me calei. Por ver que a diferença que existe entre o falar e o não falar é a dor da resposta. Quando calo não há resposta. Quando calo dói menos, mesmo que calada também não passe.
Mas eu insisto em falar, porque não sei ser diferente. Então que pelo menos seja um texto que fale sobre a razão de calar. Daí fico escrevendo a esmo, falando de como dói falar e não consertar nada, de como ficar calada tem sido melhor.. Se tanto faz estar ou não, falar ou não. Se tanto fez tudo que eu já disse, a mim só resta nada mais dizer.
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