quarta-feira, 26 de maio de 2010



Como a vida é louca
estúpida, mouca
e no entanto chama
a torrar-se em chama.

(...)
Como a vida ri
a cada manhã
de seu próprio absurdo
e a cada momento
dá de novo a todos
uma prenda estranha
.
(...)
Como a vida vale
mais que a própria vida

sempre renascida
em flor e formiga
em seixo rolado
peito desolado
coração amante.
E como se salva
a uma só palavra
escrita no sangue
desde o nascimento:
amor, vidamor!

> Carlos Drummond de Andrade <

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