terça-feira, 4 de maio de 2010



"Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuido pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor,
e na secura nossa amar a água implícita,
e o beijo tácito, e a sede infinita."


Carlos Drummond de Andrade

1 comentários:

Flor disse...

"doação ilimitada a uma completa ingratidão"...

aí como dói, e como é lindo!
Ahh vou ficar roendo com isso agora!!